sábado, 25 de julho de 2015

Resenha crítica nº 3- "Hotel Ruanda"

Uma excelente produção que mostra o desespero que pairava na África no tempo de conflito entre dois povos.

        O longa metragem, lançado em 2004, mostra uma parte dos conflitos que ocorreram no século passado (mais precisamente nas décadas de 1980 e 1990) em Ruanda, uma região africana que foi cenário de conflitos entre dois grupos étnicos (hutus e tutsis). No caso do filme, ele aborda a parte mais intensa dos conflitos, que deixou quase um milhão de pessoas mortas (tutsis), não mostrando o início nem o fim da guerra civil.


         Para entender melhor o filme, é bom entender o contexto em que ele acontece. Ruanda foi colonizada principalmente por belgas, que quando chegaram à colônia, dividiram a população em dois grupos: hutus (que tinham a pele mais escura) e tutsis (com a pele mais clara e o nariz mais fino), que se tornaram inimigos historicamente. Quando os belgas deixaram o território, eles deixaram os tutsis no poder. Os hutus, por representarem maioria, ficaram muito insatisfeitos com a situação e armaram um golpe para tomar o poder, que teve seu estopim com a morte do presidente de Ruanda, que era hutu, em um atentado ao avião onde estava. O chamado hutu-power (grupo de hutus que querem dar o golpe, matando todos os tutsis) organiza uma limpeza étnica, onde seu objetivo era matar todos os tutsis. Com facas importadas da China, os hutus matavam o máximo de tutsis que conseguiam. Como a função da ONU não era estabelecer a paz e não mantê-la, eles não interveriam e assim, não poderiam usar força física. É nessa parte do conflito que ocorre o filme. Abaixo, o mapa do continente africano, com o território de Ruanda circulado.

          Paul Rusesabagina (interpretado por Don Cheadle) é o gerente de um renomado hotel localizado na capital de Ruanda (Kigali) chamado Milles Collines, propriedade do grupo belga Sabena. Hutu, casado com Tatiana Rusesabagina (Sophie Okonedo), que era tutsi. Para proteger sua família e sua comunidade da morte quando os conflitos começam, ele oferece recompensas aos hutus para libertá-los da perseguição e abriga os tutsis no hotel em que trabalhava. Conforme a situação fica mais crítica, os estrangeiros hospedados vão embora e o hotel vira um abrigo às pessoas que eram ameaçadas.

                Uma curiosidade sobre o filme é que os figurantes são pessoas que realmente estavam na região de conflitos, muitos eram tutsis que conseguiram escapar. Merecidamente, a produção (que é baseada em fatos reais) recebeu três indicações ao Globo de Ouro. Além de envolve o espectador na história, faz refletir sobre a intolerância e o fato de ser tão importante aceitarmos o próximo.



Trailer legendado:

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