quarta-feira, 22 de julho de 2015

Resenha crítica nº 1- "No":

Filme No, um retrato da ditadura

  O governo de Augusto Pinochet vai ser uma das ditaduras mais perversas da América Latina. Pinochet vai governar o Chile até 1989, até acontecer, por parte dos Estados Unidos, uma pressão muito forte exigindo que seja feito um plebiscito a fim de saber se a população queria um processo de redemocratização do país. O EUA tinha interesses econômicos  no processo de abertura pois, ao tirar os militares do poder (que controlavam o comércio), a política seria mais liberal, estabelecendo o capitalismo e podendo tirar vantagens disso. Esse plebiscito é uma pressão internacional. Tem uma série de pressões por parte de artistas norte-americanos que vão gravar clipes e depoimentos apoiando a democracia no Chile.
  Um grupo foi escolhido para fazer esse processo de abertura - optando por uma campanha mais "viva" - tendo em vista que, se fosse feita uma campanha tradicional (apenas justificando os motivos para votar "Não"), a população não seria tão mobilizada e o governo se manteria o mesmo. Houveram, então, propagandas de 15 minutos dos dois lados defendendo seus governos. A construção midiática do lado do "Não" buscava mostrar os aspectos positivos que modificariam a vida da população, propondo uma espécie de "mundo novo", algo diferente. Enquanto o lado do "Sim", ao invés de relatar coisas boas que o governo havia feito até então, somente criticava as propagandas e ideias defendidas pela outra campanha. Esse fato pode ser relacionado com a atualidade, na qual grande parte das campanhas e debates políticos são feitos de tal maneira, acusando uns aos outros.
  A equipe da campanha do "Não" eram perseguidos, suas famílias ameaçadas e seus vídeos eram analisados e, por vezes, censurados pela direita. René Saavedra (interpretado por Gael García Bernal) - com o pensamento de que não adiantaria mostrar mais medo para o povo que já vivia com ele - foi a principal figura por trás do sucesso do "Não" por conta de sua insistência em criar vídeos felizes para as propagandas, que os levaram a vitória.
  O filme No, lançado em 2012 e dirigido por Pablo Larraín, têm os gêneros histórico e drama. A cinematografia é feita de modo que dê a ideia de documentário, retratando por volta da década de 90. Com roteiro bem escrito, nos intera fielmente sobre a realidade daquela época.



Kelly Cândido

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